domingo, 21 de março de 2010

Minha pequeníssima Eva II

Deixando de lado toda essa baboseira de alegrias excessivas para com nomenclaturas de que vão me chamando durante o certame, admito agora que a conversa com o Pai não surgiu muito efeito, uma vez que a chuva veio com tanta força a jogar-me ao chão durante algumas oportunidades. Sim... a laranja se mostrou podre e foi ao solo.
"Eu pedi pra chover, mas chover de mansinho..."
Não havia sequer colocado meu corpo para dentro da festa da carne e já iam martelando em minhas costas litros e mais litros de água, da mais gelada que poderiam se verificar nos céus de Campo Grande, nesse mês de março que tem suas chuvas pra fechar o verão e também pra molhar os micareteiros de plantão.
Corriam de lados para lados, aquelas novinhas lindas que fugiam desesperadamente das águas provenientes das pesadas e negras nuvens, temendo que seus respectivos fios de cabelo, lisos somente após uma grande sessão de escovas progressivas, se estragasse, arruinando assim alguns prováveis beijos que conseguiriam mais tarde com suas falsas belezas...
Mas está aí provado, mais uma vez, o amor que nasce dentro de uma micareta e mostra ao mundo como pode sim ser instrutiva essa festa da carne. Deixo-me de lado, somente analiso e conjeturo sobre o que se passou pela cabeça dessas mulheres novas ainda, essas mulheres que ainda não têm o discernimento sobre alguns fatos importantes da vida, talvez até mesmo porque suas famílias não tenham lhes dado uma boa criação. Mas o que a família não ensina, a micareta ensina.
Passou pelas suas respectivas mentes o seguinte fato. Já que passaram horas ali, de frente a um espelho, o aparelho pesado nas mãos, os braços elevados como fosse uma tortura a fim de alisar aqueles espessos fios de cabelo, e logo quando chegaram ao local do evento, a chuva pôs-se a cair dos céus maltratando o cuidado e carinho que tinham dedicado algumas horas antes, pensaram com suas próprias poucas idéias o fato de que o destino estava lhes mostrando que devem ser como, deveras, são. O destino mandava sinais de que a vida é assim mesmo, devemos nos manter da forma que somos, sem artificialidades, o mundo nos aceitará de qualquer forma, a micareta é liberal e deve ser dividida entre todos, sejam quem forem. Deixaram, então, que a água caísse sobre seus cabelos tornando duro o que se fazia mole, e os fios a lhe taparem a face, e o formol a cegarem-lhes os olhos, e toda a alegria da água que é meu amor maior, também, a partir de agora, é amor maior delas... e a micareta continua ensinando...
Mas, apesar da Chuva Facts, todos os outros elementos solicitados a Deus Todo Poderoso, na última oração realizada antes da partida, foram aceitos e atendidos com louvor... a chuva há de ser melhor conversada em outra ocasião.

2 comentários:

Leilinha disse...

Quase todas as mulheres daquele recinto, fizeram escova em seus cabelos. Era uma forma inutil de tentar realçar a beleza, já que a chuva resolveu avisar que estaria presente em tal evento desde o dia anterior.
Mas a esperaça de que, no presente recinto, estaria o melhor de todos os homens, o maior de todos os pecados fizeram com que as mulherese passassem por tais sacrifícios de esquentar seus cabelos e suas cabeças diante de um secador e quase destroncar o pescoço de tanto puxar os fios, só para ser escolhida pelo Rei.
Mas o Rei entre as suas diversas e inúmeras escolhas, escolheu a mais esperta. Uma certa moça que estava com os cabelos cachiados e com uma flor rosa no cabelo. Flor essa, que foi retirada e colocada algumas vezes pelo e rei, até que a chuva destruiu as pétalas daquela flor. Enfim...Todas desejavam o Rei, mas só as melhores conseguiram bjar sua linda e doce boa carnuda!!

Leilinha disse...

A inspiração faz com que os súditos gostem dessas palavras, porque, quem beija os labios do rei é uma Rainha...
Essa rainha usa as mais belas flores para atrair o rei. Sua pele tem aroma de flores e fará com que o rei sempre se sinta atraido por ela...