domingo, 21 de março de 2010

Minha pequeníssima Eva III

E como já afirmei que estava sozinho no certame da micareta, o local extremamente alagado devido ao temporal que ia caindo, fui eu abrindo caminho por entre os seres viventes e loucos que jaziam em pé naquela ocasião repleta de amor. E foram algumas conquistas realizadas com muito poder de sedução da minha parte utilizando toda a minha gostosura, os olhares cheios de vontade do sexo explícito no meio da multidão, meus braços fortes, um deles tatuado, e sem contar com a boca carnuda e vermelha que ia desfilando prazer em forma de beijos inesquecíveis...
Foi meio estranho, mas não posso me esquecer, muito menos deixar de registrar para as próximas gerações. Catava por lá algumas novas conquistas, quando deparei-me com um grupo de jovens adolescentes, no fervo da noite, no auge de suas libidos, com seus ventres desnudos, todos magrelos demais. Eram desconhecidos ao meu ver, não serviriam para ser meus amigos, passei mirando o horizonte. Porém um deles entrou em meu caminho:
__ Tá aê sozinho, brother!? Aposto que tu não pegou ninguém ainda...
A vida não sabe ensinar às crianças todo o poder de um homem, e muito menos fazer nascer nos olhos de um mortal o reconhecimento sobre um presidente, quiçá um rei. Mas fui humilde e concordei, pois já ia simpatizando com o jovem e seu grupo de rapazes do bem. Afirmei com todas as palavras que estava sozinho no certame e, por isso, me juntaria a eles rumo ao desconhecido da noite, navegaríamos sobre aquele mar, abriríamos buracos no local e jogaríamos lá as nossas histórias pra que, um dia no futuro, pudesse germinar naquela terra fofa, as aventuras de quem soube ser feliz enquanto ainda era permitido.
Não durou muito a parceira pré-estabelecida.
Saíam correndo desvairados, loucos e intensos, agarravam todas as mulheres que viam pela frente, iam contando aos gritos os arquivos conquistados, meus olhos mal podiam enxergá-los no meio da escuridão noturna. Alguns deles até me deram dicas sobre como conseguir beijos, não sabendo, ignorantes, do poder que carrego no peito e a faixa de presidente que colocaram sobre meu corpo. Mas o aprendizado sempre é válido e ouvi com gosto todas aquelas palavras que os rapazes do futuro gritaram em meus ouvidos. Justamente quando ia colocar em prática os ensinamentos passados, atirei-me à boca de uma das novinhas e, ao fim do beijo, levantei minha cabeça a fim de encontrar aqueles que iam me acompanhando, mas não tive sucesso.
Como um raio, apareceram e depois se foram. Como uma miragem, como fosse o amigo vice presidente que dormia em sua casa, e durante seu sonho tivesse saído do corpo e adentrado naqueles jovens que me fizeram relembrar todos os momentos de vitória junto do maior amigo.
Percorri então o campo de batalha sozinho mais uma vez, porém ainda com o mesmo sorriso de felicidade no rosto, alternando momentos para embriagar minha mente com latas de cerveja, outros instantes a procurar algumas conhecidas no meio da multidão, outras vezes a dançar escandalosamente sozinho, até o chão, mais laranjas podres que caem sem vontade de levantar...
E vi menina Leila.
P.V. 19/03/10 11:17

Um comentário:

Leilinha disse...

Pobres e inocentes rapazes.Estavam tão eufóricos no auge de sua embriaguez que, perceberam todos os olhares voltados em sua direção.
Mas caro leitor, engana-se quem achou que era pela beleza desses pobres meninos recém saídos de seus cueiros e o único perfume que exalava de sua pele ainda era o de leite.
Na verdade, entre esse inúmero grupo de rapazes desnudos pela metade, os olhares se voltavam apenas para o HOMEM que fizera a caridade de acompanhar tais pessoas. Pois se tratava do mais perfeito de todos, homem esse que o único perfume que exalava de sua pele era o amor, a felicidade era visível em seu rosto, de sua boca saía o mais puro mel e de seu olhar, ah que olhar a sedução intensa, misturada com uma farta dose de maldade e desejo; Sim, era ele,o presidente da UCM, que já nem era mais tão presidente assim, pois acaba de ser nomeado a REI.
Ainda bem, que esse homem se perdeu de tais companias, porque seria uma verdadeira lástima seus fiéis escudeiros que acabaram de brotar do chão se sentissem humilhados ao descobrir quem era tal pessoa que os acompanhava.
Essa história não poderia terminar melhor.
No momento que o Rei viu menina Leila, percebeu que escolheu a mais bela de todas as mulheres, para demonstrar mesmo que somente por um instante, o amor que saia de seu coração e de sua pele!!

Por enquanto é só isso, até que chegue a próxima festa do amor...