sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Olhos nos olhos


Quando você me deixou, meu bem,
me disse pra ser feliz e passar bem...
Quis morrer de ciúme, quase enlouqueci,
mas depois como era de costume, obedeci...
Quando você me quiser rever,
já vai me encontrar refeita, pode crer...
Olhos nos olhos quero ver o que vc faz,
ao sentir que sem vc eu passo bem demais..

Então eu me decidi, pus os pés na rua, não quis olhar pra trás, ainda que caíssem pelos lados de meus olhos negros as lágrimas que sempre dediquei a quem não mereceu, por mais que minha vontade maior fosse voltar correndo, implorar seu perdão mesmo sem a culpa estampada em qualquer coisa que eu não tenha feito, por mais que eu quisesse me jogar ao chão, a tristeza que come cada parte do corpo quando algo de errado se dá e toma conta de tudo que ainda resta de vida pra se viver.
"Quis morrer de ciúme."
Não é nada demais, não é algo que o mundo e todas as pessoas não entendam, uma vez que o amor só acomete quem, de fato, não merece. Disse um poeta, outro dia, só é feliz quem nunca amou. E se meus cabelos ainda estão na minha cabeça, acreditem, a força não foi a suficiente para que eu pudesse arrancá-los; meu medo, minha descrença, meu pavor, meu horror, essa distância, quis morrer. Mas a morte também não lhe mereceria...
"Tantas mulheres me amaram, bem mais e bem melhor que você."
E não é nenhum exagero dizer que amores tem tamanhos, não é nenhum absurdo dizer que o que se sente pode-se colocar de lado em tensão ao que se deseja, o amor é ridículo, amor só se for de mãe, amor você não soube me dar, nem nunca saberá pois cai pela sua boca palavras sem verdade, escorre de suas mãos ações ridículas, guerreiros sem escudos não têm medo de suas armas pois elas não farão mal a ninguém depois que eu disser sobre seus podres poderes e o passado que não mais lhe pertence após tudo que foi de meu conhecimento. Estou cansado de falsas intenções, palavras que se repetem, e expressões corriqueiras de sentimento que não tem um pingo de veracidade, o amor não se deve ser dito jamais. Estou estressado, minhas palavras não estão conectadas ao que eu digo então, perdoem-me se por algum instante eu sair, sem intenção alguma, do foco principal do que ia dizendo, mas não me deixo levar por momentos e arroto cada sufoco que minha garganta pede.
"Olhos nos olhos, quero ver o que você diz, quero ver como suporta me ver tão feliz."
Já acabei. Passou. Não precisei da ajuda de ninguém, pra falar a verdade. Minhas dores são passageiras porque assim eu escolhi que fosse, não me deixo levar pelo sofrimento eterno do que nunca me fez bem, caio de cabeça no que não me pertencia só até o momento de saber de verdade que aquilo não era meu. Um erro isolado é mais que normal, mas não admito a mim mesmo errar duas vezes. E abro meu sorriso lindo e meu, só meu, abro minha boca grande e todos os meus dentes se mostram pra que o mundo sinta-se contagiado pela felicidade que voa de mim para todos os lados, para cima e para baixo, ali embaixo também onde você está...
Parei, e a música também.
P.V. 16:35 13/08/10

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