quarta-feira, 10 de setembro de 2008

A capitã

Reflexões de um mundo infantil, ordinário e triste que me fizeram pensar muito. É só a literatura desmedida de limites que me deixa assim, sem rumo, sem chão, otimista quanto à algo melhor um dia. Mas nem tudo são caixões e vamos sempre olhar pra frente, lá onde está a luz que vai iluminar qualquer canto negro.
Dora morreu. Mas antes de morrer se entregou à Pedro Bala. Fez-se mulher com Pedro Bala. Horas depois, seu corpo não resistiu e ela se foi rumo à terra sem fim de Yemanjá, nos mares azuis da Bahia.
Vejo-me chocado diante de todo esse amor incondicional que faz de mim um nada perante a monstruosidade desses praticantes desconhecidos e ignorantes que, por mais que não saibam o que estão fazendo, tornam-se épicos em sua realidade fantasiosa. Quanto amor é necessário para dizer o que se pensa, voar sem asas num infinito de contrariedades? Mas é justamente isso que tô tentando dizer, voar sem asas, correr sem pernas, agir quando se menos espera e mesmo assim, nunca pronunciar a palavra amor. Esses que desconhecem o amor são os que mais amam, são os que mais me emocionam com suas atitudes, são os que não existem, são os personagens de livros que me inspiram tanto quanto um beijo que recebo. E ingênuo sou eu, de achar que poderia um dia chegar a qualquer nível como esse. Ai que eu queria... bem que eu queria. Juro que queria. Mas esforço-me e sei que nunca é suficiente, então caio na minha própria lógica de não me decepcionar com meus defeitos. Sou assim e assim sempre serei.
Dora morreu. Simplesmente por amar demais Pedro Bala, a menina se entregou à paixão e seu corpo não resistiu. Talvez vivesse, talvez não. Sua opção foi tomada com o coração, atitude isenta de razão.
Tudo que acontece tem um motivo e nada do que está por acontecer já foi, necessariamente, escrito. Estamos aqui justamente para mudar o que pretende ser feito porque só assim que a vida terá a magia de se transformar a cada instante. Claro que nem todos são obrigados a copiarem ações ou, até mesmo, obrigados a inspirar-se em atitudes tomadas que sejam por demais insensatas. Só ratifico o que digo pra ser sincero e explanar todo o meu contentamento com isso que acontece e a esperança sempre elevada de algo melhor num futuro. Não é de paz que estou falando, nem das condições de saúde do povo ou melhores salários. Digo do amor que pode mudar mentes, burlar dogmas, sancionar pedidos, gemer de felicidade, fazer brotar o prazer de viver na mais pura liberdade do Sol, a liberdade do que é claro, a liberdade que tanto queremos. Tudo nasce do vermelho vivo do sangue que pulsa aqui no coração. Tudo morre quando se faz o que não se sente. Tudo perde a cor, um imenso cinza a rodear seus pensamentos quando não toma a atitude correta.
“O amor é sempre doce e bom, mesmo quando a morte está próxima.”
P.V. 19:40 10/09/08

Um comentário:

Sabrina Abreu disse...

Aiai...me sinto um grãoziinhod areia pertO de vc meu amor.!Aprendo muitíssimo c/ vc..até a vontade de escrever eu tô "herdando" de vc!rs*
beijOS*