terça-feira, 2 de setembro de 2008

o teatro da sala de aula

Cega-me esta luz que reluz a piscar violentamente sobre meus virgens olhos. Todo o caminho que minha visão percorre é longo o suficiente para se perder até chegar ao seu destino. Talvez eu devesse urgentemente deixar de sentar na última fila de cadeiras pra absorver melhor o que a professora é paga com o intuito de passar a mim. Daqui até lá perco-me no meio dos meus próprios pensamentos que são articulados em velocidades maiores que do que o tempo que a voz da mestra leva para chegar em meus ouvidos. A vontade é de ir embora, mas estou preso às responsabilidades diárias que escolhi ter.
Vejam como a vida vai e volta e o quão estranho é pensar no momento que as palavras de outra pessoa não param de ecoar na cabeça. Tenho que me vigiar pra não enganar os sentimentos que expresso, misturar a ilusão sempre correta do saber com as instáveis idéias que permeiam meu ser. Menos de meia hora é suficiente pra revogar toda a angústia genérica, talvez falsa e exagerada que vem tomando conta de mim.
Sei que acredito na minha esperteza eterna, mas uma confiança exagerada talvez traga um tombo maior e mais feio. Por isso, coloco na balança esses sentimentos perigosos procurando o fabuloso equilíbrio que conseguiria me trazer a paz tão desejada que faz tocar a vida adiante sem medo dos desafios. Tão queridos desafios que, sem eles, admito que nada seria.
É engraçada essa vida. Um verdadeiro teatro. E a peça que está em cartaz sempre se repete. Começo a escrever numa semana, continuo na seguinte e a voz de outra pessoa ecoa em minha mente do mesmo modo e estou outra vez a evitar que todo esse conhecimento plante sementes dentro de mim. Por quê? Sei lá... vivo de momentos e nesse momento preciso de algo além do que já tenho agora. E isso que acabei de dizer é uma grande mentira pois seria um momento eterno visto que todos os meus dias são assim. Sempre estou a desejar algo que não tenho, algo que preciso, algo que venha a me completar. Sou um grande brinquedo de lego com todas minhas peças jogadas pelo mundo e vou eu, andarilho sem destino, montando meu próprio quebra-cabeças, juntando cada pedaço de mim que se espalha cada vez mais.
Dá trabalho, mas é bom.
P.V. 20:05 02/09/08

Um comentário:

KM disse...

A NOSSA SALA DE AULA É UM GRANDE TEATRO MSM!!!!
EU, OC, TATI, DÉIA E AS CARLINHAS SOMOS OS ATORES DO FUNDÃO DA SALA DE AULA.
E O TEACHER... O PROTAGONISTA NÉ...
RSRSRSRS...

QUALQUER DIA VAMOS SER EXPULSOS DA FACUL.
TEMOS Q SENTAR LÁ NA FRENTE COMO UNIVERSITÁRIOS DISCIPLINADOS!!!!
RSRSRS...

KKKKKKKKKK...