quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Ao meu alcance, inalcançável

Não é nem um pouco ruim a aula que se desenrola frente aos meus ouvidos, mas a presença rápida e constante de uma beleza exagerada me fez parar de ouvir para simplesmente admirar. Não sei se faço o certo, não sei se poderão querer me julgar pelos meus erros de largar a responsabilidade de um estudo que pode fermentar meu futuro por um simples desejo que o instante de uma paixão pode me afetar. Mas só a beleza que me atrai de uma forma tal a me jogar em seus pés, se possível fosse, visto que são também de extrema perfeição, consegue me fazer esquecer completamente tudo que vai sendo dito lá na frente pela boca de uma pessoa que conhece o mundo tanto quanto eu.
Se fechar meus olhos, acredito que posso conseguir sentir seus lábios que não estão à minha vista. Sei de cor seu perfume que me inebria todas as noites e nesse momento consegue me embriagar de um jeito tão grandioso dada a proximidade de nossos corpos que prefiro calar-me do que falar aos seus ouvidos dos sentimentos que permeiam meu peito agora. Teria medo de estragar tudo que não vai nunca acontecer. Mas só a esperança de uma falsa possibilidade já me deixa menos triste na minha caminhada vital rumo ao fim de tudo.
Juro pra mim mesmo que já ouvi seu nome algum dia, mas não me lembro e nem sequer se faz importante quando o desejo de consumir um corpo é maior do que possuir uma vida. Seu nome ou seu passado, ou suas vontades, ou qualquer que seja algum desejo que viva dentro de si, nada disso me importa desde que se torne um algo solto e meu, somente meu.
Há um certo tipo de alvura intensa em sua tez tão perfeita que me vejo sempre que encaro seu rosto com um mínimo de timidez em minha vista só pra que não mostre aos olhos meus o reflexo feio de minhas feições estampadas nas belas dela. Estragaria muito todo trabalho que os anjos de Deus tiveram em criar essa dádiva dos céus pra que fosse um colírio aos olhos meus todas as noites do ano letivo.
E esse exagero todo de libido que escorre pelo seu corpo é só um motivo a mais para que minha vontade seja totalmente dela quando se coloca dentro dessa sala de aula. Todas as outras finezas, todas as outras que tentam se igualar a uma perfeição estereotipada não me enchem os olhos, uma vez que só posso encarar esse corpo que nesse momento se põe em minha frente.Melhor eu voltar assistir a aula antes que alguma mais decontrolada aconteça por aqui...
P.V. 17/11/09 21:46

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