quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Chove, chuva...

Ouço o som da chuva vindo lá ao longe, lá onde não consigo escutar, mas entendo que seu rastro vem seguindo o chão tão forte que me tremem os pés dessa maneira tal a me jogar ao solo só pra desfrutar das maravilhas que a natureza líquida há de me trazer. E que não seja hoje, que seja no próximo dia feliz que a vida reservou à minha intenção.
Há de cair a chuva do céu assim do nada, assim quando a noite já estiver cansada de nos esquentar depois de toda a animação em seu ápice e loucura exagerada só pra confirmar a perfeição de um dia que ainda não nasceu.
Vamos todos em seguida caminhando ou correndo de mãos dadas ou não só pra ratificar a beleza que não há, a beleza que se escondeu nos cantos mais escuros daquele lugar. Mas a água mostrará o que se esconde elevando sem medo tudo que tentar fugir aos meus olhos.
Somos companheiros e amigos nessa causa nobre e única, comum a ambos...
Se queres me molhar, eu deixo, pois sei que não é de má intenção que joga suas águas em cima de mim, sei que queres só o meu bem, sei que vai atender a um desejo antigo, sei que ocuparás minha mente com o molhado deixando de lado o seco e cru da vida que só faz mal.
Pois me dizem sempre aos ouvidos que depois de muito calor, a chuva cai do céu como se os deuses quisessem provar a contradição da vida, ou então talvez seja uma forma de mostrar algum tipo de equilíbrio entre as forças da natureza só pra iludir os olhos dos homens fracos.
Já não entra na minha cabeça nenhuma dessas hipóteses; somente o meu pedido basta para que a alegria evidente seja posta em prática quando estivermos lá juntos nessa festa do prazer desejando a todos os lados a felicidade mútua e a paz nos corações que merecem e nos que não merecem também...
Pois a água que vem do céu não vê diferenças nos pontos em que vai cair. Abençoa a todos sem distinção de cor, credo, raça, religião, tipo sanguíneo, etc... somos todos iguais quando o mundo vira de cabeça pra baixo e o som se faz mais alto que os pingos que caem no chão elevando a poeira molhada que um dia já foi vida.
E se me perguntam pelo motivo de tal desejo tão forte para com uma simples chuva, chuva esta que é odiada por parte dos integrantes dos locais onde eu esteja, seja pela má vontade para com o estado líquido, seja pela deformidade nos penteados demorados, seja pela umidade nas vestimentas que acarreta em transparências óbvias, ou qualquer outro motivo, digo simplesmente que
o amor se esconde na mudança de estado.
Desde sempre, as transformações afetaram a sociedade em pontos drásticos de revolução. Assim também acontece quando a chuva começa a cair sobre todos que estão lá se inebriando pelo calor excessivo do tempo e dos corpos que passam a todo momento de um lado para o outro.
E disse também o filósofo, sabedor das palavras do amor, detentor do prazer que se esconde por baixo de sua inteligência e sagacidade. Disse que a chuva que cai do céu é a impureza das mulheres que um dia deixaram partes de si mesmas deitadas ao solo. A chuva vem do chão como comprova o ciclo das águas e as didáticas que abordam o assunto, portanto, quando voltarem do céu, cairão sobre nós aquelas mulheres que um dia estiveram no chão...
meio complexo pra se teorizar, mais simples de praticar...
Então fico por aqui ainda ouvindo o som das chuvas que vêm para nos premiar pelo bom trabalho exercido durante a noite e deixar marcada na história a felicidade de sermos os escolhidos por estarmos em tal lugar, em tal ocasião,
molhados de amor...
P.V. 15:55 ??

Um comentário:

Leilinha disse...

Chuvaa é uma Maravilha...rsrs