sexta-feira, 6 de novembro de 2009

O segredo da Vodca


Sinto o gosto da Vodca na minha boca.
Procuro outras coisas, mas me lembro do que sempre deveria estar na minha mente. Não que eu queira permanecer com as memórias do álcool que já ingeri, mas prefiro alegrar-me com os momentos em que estive tão feliz que poderia explodir a qualquer momento, tão feliz que tudo poderia morrer de repente que iria no movimento, satisfeito por viver aquele instante.
A intenção primeira nunca foi morrer. Ou mesmo morrer de felicidade, que fosse. A vida é tão bela e tanto posso aproveitar dela que não me interessaria nem um pouco se me fosse tirada. Por isso só exalto os momentos que passei que me trouxeram satisfação e deixo de lado tudo de triste que possa ter se jogado contra mim. O instante que relato foi de extrema alegria.
O povo não podia começar qualquer tipo de evento sem que minha presença não fosse dada como certa. E a presença sempre era certa, tanto como meu atraso que tem como justificativa, as estrelas serem sempre as últimas a chegar nos locais aos quais são convidadas. Minha garrafa de vodca balançava sorrateiramente dentro da mochila como se quisesse estourar de tanta felicidade pois sabia que iria alojar-se nas bocas mais deliciosas que eu poderia ter escolhido. A dedo, diga-se de passagem, pois não era qualquer pessoa que adentrava nas organizações realizadas.
Então depois de muitas ligações para mim, depois de muita ansiedade, depois de muita sede incontida, o portão se abria e a figura notória de um presidente em pleno exercício se mostrava solene e aquele sorriso já conhecido se abria para alegrar os corações de todos que necessitavam. Em certas ocasiões da vida, sinto-me como um escolhido a desempenhar a função de levar paz a quem precisa. Decerto nem sempre consigo, mas na maioria das vezes posso dizer que me esforço ao máximo pra alcançar esse objetivo.
E me abraçam, e me beijam, e me questionam sobre a vida, e querem saber mais, e nada respondo pois a verdade é que nada querem saber. Puras casualidades que devem ser seguidas pra manter a sociabilidade entre os seres viventes. E a garrafa já não se contém dentro da minha mochila, sufocada pelo calor excessivo no mês de julho, ou agosto, ou qualquer outro desses que eram tão importantes no ano.
Reúnem-se os sedentos por amor, clamam sem orgulho no peito pedindo pelo que tanto esperaram durante dias a fio. Cheguei com minha garrafa e abro agora para que o círculo do desejo seja desenhado e, a partir, daí possamos partir rumo às safadezas típicas da nossa idade tão precoce nesses tempos que em nada diferem dos antigos que costumam gritar os mais velhos.
Eu sei que bate a saudade como uma dor dentro do meu coração quando lembro da simplicidade, quando lembro da era romântica que vivi, quando lembro da falta de responsabilidade que era a característica principal da minha vida adolescente e que me permitia abusar de toda as coisas erradas que haviam pra se fazer. Sei também da esperança que vive em todos os peitos que participaram daquelas atividades em que era óbvio ver o sentimento de felicidade em todos os sorrisos estampados naqueles rostos tão comuns à época.
E era a minha garrafa a detentora da paixão do momento que a vida nos reservava pra que pudéssemos estravasar todo o sentimento que explodia por dentro. A Vodca tem esse poder incomum de liberar a libido e a alegria que os jovens clamam durante toda a juventude, a Vodca mostra o caminho da felicidade de uma forma bem mais fácil, bem mais rápida, bem mais inteligente...
Ainda sinto o gosto da Vodca na minha boca e a ansiedade pela chegada do presidente...
P.V. 18:50 06/11/09

Um comentário:

Unknown disse...

Amor, o texto ta maneiro, mas vc se achaaa heim...rsrsrsrsrssr