quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Meu nome é FM O Dia - VI

Canta uma música de um grande poeta nordestino onde ele diz que pediu pra chover, mas chover de mansinho pra ver se nascia uma planta no chão. Choveu horrores e a plantação foi devastada.
Paralelo sem vergonha esse que eu mandei, mas não se deixem levar por simples palavras, só entendam que o amor quando é desejado nos traz bem mais do que esperamos, seja para o bem ou para o mal. Minha paixão pela água que cai do céu é tão grande que chego a colocar meus joelhos no solo pra implorar por uma chuva abençoada que alivie as tensões daqueles que se sentem no direito de amar numa festa do prazer. E sempre me vejo admirando as nuvens, bendizendo essas massas de água pra que se possam precipitar algumas gotas sobre nós, tão jovens e quentes. No domingo último, de tanto pedir, ela veio... e ficou.
Meu Deus, eu pedi pra chover, mas chover de mansinho, não era assim tanta água que alagasse nosso pensamento de uma forma que botasse até mesmo medo nos que estavam em nossa volta. Meu sentimento de alegria se transformou em preocupação ao lembrar dos aparelhos maravilhosos eletrônicos que se encontravam nos bolsos da minha calça. Fui obrigado a subornar o dono da barraca de frango empanado pra que me desse dois saquinhos plásticos, proteção necessária pra que eu pudesse, enfim, aproveitar a chuva perfeita e sem fim que despencava dos céus. Estava mais feliz que pinto no lixo correndo de lados para lados, chutando as poças de água nas pessoas enquanto todas as outras pessoas também jogavam em mim. Aquela lama marrom escorrendo pelo meu rosto, a minha roupa que antes se fazia limpa, agora completamente suja, meus olhos irritados pela água contaminada que adentrava em minhas auréolas, algumas gotas que também se aproveitavam pra morrer em minha boca... tudo aquilo era de uma primitividade tão grande que me remetia à felicidade plena de algo indefinido e ainda sem nome. A chuva e seu poder maravilhoso sempre vão me deixar mais feliz, por mais que o infinito já esteja sendo dono de mim. Mas já era tarde e toda aquela água já fazia o povo correr em direção às suas respectivas casas temendo que não houvesse oportunidade de lá chegar uma vez que tudo estivesse inundado. Acho que em minha cabeça lembrei mais uma vez do fim do mundo, pela razão já exposta de ter assistido ao filme no dia anterior, por isso também temi pela minha vida e resolvi partir em direção ao desconhecido de minha humilde residência na companhia do amigo vice presidente que faria minha escolta no caminho do lar.
E assim chegou ao fim mais uma noite que há de entrar para a história recente dos grandes feitos da UCM e suas colaboradoras. Tenho dito e adeus.
P.V. 10:21 17/11/09

2 comentários:

Leilinha disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Leilinha disse...

Chuuvaaa perfeitAA!!