Eu vim a pé, percorri meu caminho sozinho e cheguei aqui com muito sofrimento. Sei do que sou capaz com tudo que passei e tornou-se um grande aprendizado pra mim e, com isso, também descobri quais são os meus limites. Pra falar a verdade, esse papo de limite é bem ultrapassado e nem deveria mais estar nos dicionários que costumo trazer nos bolsos pra descarregar em cima de quem tem a coragem de jogar a palavra de encontro com a minha.
Descobri coisas que não fazia a mínima idéia que existissem e me decepcionei com algumas delas, tanto quanto quando nós fazemos questão de abrir olhos e a paisagem encarada não era aquela esperada. Assim perdido em um deserto de coisas que não existem, me achava olhando pra um oásis que eram os meus melhores sonhos de infância, eram as minhas paixões de criança, eram os objetivos que sempre almejei em minha curta vida que se colocava frente aos meus olhos pra que eu pudesse simplesmente estender a mão e pegar o quanto de flores e frutos conseguisse. Mas quando chegava perto via que era tudo de mentira e morria por dentro com essa falsa vontade de me fazer feliz.
Empedrou então, meu coração. Aquele bobo feliz que corria pela escola, corria pela rua, sempre caindo depois de alcançar a velocidade quase esperada, só andava pelos caminhos que lhe eram impostos, media cada passo pra que não fosse derrubado no buraco que se abria em sua frente na virada de cada esquina.
A vida é triste pra quem é cego, porém também pode ser sofrida pra quem enxerga. Tudo nos é lícito, porém nem tudo nos convém, da mesma maneira que o Irmão Antônio plagia as palavras do livro sagrado.
Continuo seguindo meu caminho, traçando meu destino até o dia que nunca chega. Sei que a pressa não faz parte desse objetivo, por isso vou devagar, medindo calmamente o que posso e não posso fazer. Ando devagar porque já tive pressa.
Mas é a falsa tristeza que se põe nas minhas palavras quando o passado vai tentando refletir o presente e não obtém sucesso algum. Virgens olhos não conseguiriam jamais distinguir onde começa e termina o pretérito de uma das minhas orações, de pés juntos ou não rogando aos céus pela gramática maldita que se põe em meus credos ou pai-nossos. Mas vejam que até mesmo a religião faz parte da vida minha que vou escrevendo no pedaço de papel velho e roubado que tenho que esconder ao passar por baixo de uma câmera que vigia meus passos, hoje rápidos e corridos como nos tempos em que ainda desconhecia a dor.
Já sou outro diferente de antes, igual a antes. Sou o Renascimento na Modernidade. Eu não ligo pro que dizem, pro que deixam de dizer, me deixo influenciar pelas palavras que digo e escrevo somente, jamais por outras quaisquer que tentem me vender nas esquinas que não mais me derrubam, ando sozinho e com Deus, pedindo a toda hora pra que me dê a melhor saída depois da curva.
Porra, vou na minha estrada que eu mesmo construí sem a ajuda de ninguém. E o mais interessante é que todos agora querem caminhar por aqui, todos usam a minha estrada pra alcançar seus respectivos objetivos, todos andam de mãos dadas ou não, cantando ou não, mas, de fato, vão percorrendo o caminho que eu tracei pra mim e agora se faz reflexo nos olhos alheios.
São todos bem vindos em minha vida.
Não pisem na minha estrada, só deitem e rolem...
P.V. 17:40 06/11/09
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