Vejo aqui dentro do seu carro que transporta mulheres.
E vejo que são mulheres de diferentes tamanhos, diferentes cores e raças, diferentes credos e intenções, algumas bem vestidas outras em maltrapilhos.
Pergunto-me nesse momento, indago a mim mesmo por que será que homem de tanta inclinação social como tu aparentas ser, vai carregando dentro de seu carro particular uma carga tão valiosa assim sem que tenhas em seu encalço uma segurança mínima necessária ao prejuízo que terias se assaltado fosses.
Gaguejas, homem?
Fale direito!
Não sabes responder, não é...
Pois bem, tudo isso é muito estranho, tudo isso é muito suspeito ao meu faro perfeito e maravilhoso de policial das rodovias federais desse meu Brasil,por mais que tenha sido nomeado ainda ontem à funcionário federal, mais especificamente da União, de um hospital carioca administrado pelo ministério da saúde; mas tudo bem, era só a imaginação fértil de uma louca que me pôs a escrever nesse calor. Continuemos a investigação.
Óh.. um momento, um momento.
Toca meu celular dentro do meu bolso, fique aí, não se mova enquanto eu dialogo com essa pessoa que quer falar-me algo de extrema importância.
__ Sim, diga querido Allanzinho, como vai? E a família, tudo certo? As mulheres, os amores, as traições... Uma emergência!? Sim... entendo, entendo. Obrigado. Adeus. Até a próxima micareta. Abraços.
Maldito sejas, homem de Deus ou do Diabo! Tu traficas mulheres e ainda por cima roubaste do caminhão UCMlístico de meu irmão Allanzinho, justamente no momento em que ele, numa santa vocação para a pederastia, adentrava em um mundo repleto de orgias, logo no instante em que ele ia ser o maior fornecedor de carne para a festa e tu, miserável infame, levaste todas as suas fêmeas para libertá-las, quem sabe levá-las para a Igreja, ovelhas desgarradas sendo agarradas mais uma vez por um pastor de meia tigela gritando salmos e palavras sagradas, cretino...
Estás preso em nome da lei exercida por mim e dedicada pelo meu paizinho Lula que tem sido muito bom para comigo cedendo vagas no funcionalismo público e pagando os honorários de minha graduação.
Deita no chão e beija o asfalto para que eu possa algemar-te e levar-te para a delegacia mais próxima enquanto devolvo essas beldades para meu amigo Allanzinho, de onde nunca deveriam ter saído. Mas não sem antes aproveitar um pouco de tudo o que elas podem fazer...
Ninguém é de ferro, muito menos os homens da lei desse país.
E podem bater palmas. Se não quiserem, podem dar tapas no rosto da pessoa ao lado que o barulho é o mesmo.
Obrigado pela atenção.
P.V. 17:41 23/02/10
P.V. 17:41 23/02/10