segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

A privada entupida


“Entupiu, a privada entupiu. Aah Meu Deus...”
Não agüenta mais toda essa merda que vai caindo pela privada e sujando seus delicados pés, não agüenta mais o ar poluído de falsas idéias que adentram pela janela do seu quarto todas as noites desse verão intenso provocado pela falta de responsabilidade de todo mundo que você nem conhece, não agüenta mais as mentiras que lhe contam aos ouvidos com lágrimas sinceras nos olhos em cada dia que tu acordas cedo para encarar a vida dura e difícil que leva, não agüenta mais que palavras tais como essas lhe digam algumas verdades que, provavelmente, irão entrar por uma orelha e sair pela outra, só aumentando a falta do que fazer e a inutilidade de seu falso precioso tempo, não agüenta mais ouvir essas músicas interessantíssimas que tocam ao mesmo tempo em rádios diferentes e tu, ocupado com(o) sempre, não consegue acompanhar nem uma música sequer e fica lá largado escutando somente o patrão dizer coisas sem sentido ao seu ouvido, coisas que você já cansou de ouvir de outros patrões também sem noção nem nexo algum, não agüenta mais que discordem de ti, mesmo que argumentos não tenham e que estes, se tiverem, não sejam suficientes para mudar o pensamento que lhe é peculiar, não agüenta mais gastar seu dinheiro com coisas das quais nunca vai usar, com coisas que não lhe fazem bem, e só te trazem uma alegria temporária para que depois já venha a tristeza e tome conta do lugar almejando que tu te tornes mais uma merda que vaza da privada entupida e molhe o chão, quem sabe outros pés sensíveis?
Já se foi o tempo, e digo mais vez essa maldita falácia, em que era um luxo das pessoas poderem reclamar sobre quaisquer coisas que lhes fossem necessárias. A reclamação, desde que existe, é útil para a revolução da alma humana e da sociedade como um todo. Deve-se reclamar, deve-se querer que o mundo melhore; a impassividade e tudo que está estático não traz benefício algum para o povo e tudo continuará do mesmo jeito para sempre, e tudo não andará, não se moverá e que parem também os calendários, por que não?, uma vez que as horas num relógio serão somente mais um detalhe na vida diária do cidadão.
O problema vital de algumas pessoas é o comodismo, talvez seja o seu, talvez seja o meu. Provavelmente deve ser o meu e seu também, pois continuo aqui parado sem fazer o que poderia ser feito para melhorar minha vida; talvez nem melhorasse, mas daria continuidade ao que posso e não fazer.
É uma garrafa de cerveja pequena que me deixa estressado? Então bebo algumas e fico mais satisfeito.
O mundo não se mede por quantidades, o mundo desde que mundo é, é medido por considerações finais. O mundo somente é mundo depois que assim foi descrito e concluído; o mundo me pertence e vocês nem sabem, inocentes e bobos.
E a privada tá aqui toda entupida sujando meus pés com toda a merda da civilização atual, a privada entupiu e deixarei Deus fora disso pois não quero envolver a ação sagrada em prol de benefício meu nesse instante, por mais que isso seja uma contradição com relação a tudo que venho fazendo e pedindo.
Deixe que nossa sociedade limpe os próprios rabos e, quem sabe, tenham mais atenção em não jogar problemas na privada, pois um dia ela entope e tudo volta a inundar os seus corpos.
P.V. 19:46 06/02/10

Um comentário:

Anônimo disse...

nossa amore!
pegou um pokinhu pesado nao?!?!
mas concordo cm vc!
isso serve de liçaõ pra mtas pessoas!

Bjusss...
ti amoO!



by elisa maluk