terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Deixando estar

“Foi apenas um corte, a vida é bem mais perigosa que a morte.” Eu suporto...
Nada mais do que um simples arranhão e agora já está tudo superado e arranjado para que se chegue ao fim comum onde eu posso ser feliz para sempre. Sozinho ou não, acompanhado ou não, não há muitas diferenças visíveis além de números expostos. Vou catando todas as oportunidades que deixei caídas pelo caminho que percorri durante esse tempo que extenuou minhas forças em excesso.
Mas depois da tempestade, já sinto a brisa fresca e barulhenta que vem me atingindo pra marcar a verdade explícita de que tempos melhores vem chegando. E que fiquem pela eternidade...
O descanso é um bem necessário a todos os corpos, e comigo não poderia ser diferente, porém a devida convocação foi feita e não pude me abster perante tal desafio. Me entreguei dando o sangue à labuta e molhei diversas vezes o chão com meu suor sagrado. E cresceram naquele solo frutos da determinação e garra que sempre foram características básicas deste humilde autor que vos fala.
Deixar os rastros do bem pelo chão faz parte da minha busca pela imortalidade, tão querida e previsível aos olhos meus que a cada dia que se vai, parece mais perto. Não que eu tenha já inventado uma fórmula que traz a vida eterna, ou a glória do passado sempre renascendo, mas os fatos justificam os meios e não há quem me pare quando começo a mostrar a que vim.
Foi por pouco, quase não suportei, pensei em desistir, mas o próximo passo esconde a felicidade então estiquei de novo a perna pra sorrir no fim da curva. Claro que essa estrada não tem fim pra mim nem pra ninguém mas se vamos sós ou acompanhados passaremos por todos os obstáculos e ainda teremos tempo de admirar todas as belezas que o caminho nos oferece.
Se são belas paisagens, olharemos, sentiremos, nos misturaremos.
Pois na verdade é isso mesmo que nos move, é esse o interesse. Depois de cada suor derramado há de vir a água que mata a sede, depois de cada sangue derramado há de vir o vinho gelado, depois de cada tristeza há de vir a felicidade plena. E o mundo continua girando enquanto o barulho é alto e as palavras são escritas.
Não vamos mais tentar correr do que nos for oferecido pois cada históia tem um enredo, um início, um meio e um fim corretos e justos escritos pela mão de quem só nos quer bem e guarda um futuro melhor depois que o passado se mostrou ruim. É tudo parte de um grande teatro com dramas, comédias, terrores e o final feliz para quem soube interpretar bem o seu papel. Mas o Diretor não erra nunca.
Deixemos estar, eu deixo estar.
Cada segundo que morre, é um segundo a mais, e não um segundo a menos. Vivo intensamente minhas histórias e perco pouco tempo eternizando tudo para que, num dia em que eu não mais esteja aqui, outras pessoas tentem entender o que era verdade pra mim, e o que não existia e eu tentava inventar.
Já disse um poeta num dia desses que o amor a gente inventa e quando ele acaba parece que nunca existiu. Justamente... justamente...
Todo o cansaço morre quando se descança. E estamos prontos para nos cansar de novo com um sorriso aberto no rosto contaminando todos ao nosso redor com a felicidade que nos foi dada por termos condições de cair e levantar.
Vamos deixar estar, então...
P.V. 10:53 24/01/10

Nenhum comentário: