terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Ó Pai³

E serão todas felizes por tornarem inesquecível o dia que farei questão de dividir com quem sempre me acompanhou. O dia vai se aproximando sem que eu possa perceber dada a grande importância e responsabilidade patrocinadora de um outro evento perfeito de nosso esquecido calendário.
Pois que se preparem, já que o presidente que vos fala também o estará. Serão felizes, tenho certeza... e lá vem o Pai que mais uma vez olhará por mim e pelos meus pés guiando minha boca lá dos altos infinitos.
Ó Pai, vá logo se ajeitando a contratar um bom consultor de modas para que a blusa sagrada, comumente conhecida como abadá, caia perfeitamente no corpo meu, o mesmo que se fará delas no tal dia da festa da carne. E sinta-se à vontade, caso uma de suas mais belas anjas queiram descer e me conhecer, a deixar sim que venham, pois serão muito bem vindas e de boa utilidade. Adentre também no coração do rapaz responsável pelo barulho da festa para que ele tenha uma vontade muito grande de querer quebrar as barreiras do som mesmo estando parado. Não se esqueça, de forma nenhuma, de inspirar minhas palavras quando estas partirem de minha boca em direção ao ouvido das mais interessantes mulheres do recinto, pois a imaginação é necessária e a fertilidade da minha mente depende muito de um estrume sagrado. E não aches Tu, ó Senhor, que dessa vez deixarei passar; faças, em mais uma oportunidade, que se jogue sobre nossos corpos suados aquela tão querida chuva que já foi detalhada numa outra ocasião; contatos não Lhe faltam, pois Pedrinho é seu amigo, e tenho total certeza que o conselho de ética do Céu poderá liberar a água desde que essa não seja despejada sobre o nossos mais sensíveis morros. E não mantenha distante as meninas mais indesejadas do local; pelo contrário, aproxime todas essas gordas, feias, com seus respectivos cabelos enrijecidos pela natureza cruel que lhes confeccionou, com os rostos repletos de espinhas malditas e purulentas que arranham minha pele sensível quando o beijo se dá, com seus abadás largos nas mais magrelas, com seus abadás faltando pano nas mais carnudas, todas, Meu Deus, deixe que eu as faça felizes, uma vez que essa é a minha missão nesse mundo extremamente injusto para com aquelas que não conhecem a beleza quando se põem em frente a um espelho. E vá liberando o caminho para que eu passe com meu bonde de dois, pois as pedras encontradas pela estrada serão todas desviadas para lados, mas não deixe que nenhuma delas caia em cima dos pés de meus inimigos, impedindo assim que eles possam disputar o primeiro lugar com esse presidente que vos fala. Deixe que apareça por lá, quem sabe sem que eu procure, quem sabe em uma daquelas grades perdidas no meio da grama que já não mais cresce, aquela que tira o sono da minha noite, aquela que já tem até os fios do cabelo dourados, só pra que a Lua no alto do céu sinta mais uma vez o ciúme já aguardado desde que me propus a viver essa vida noturna. E uma das coisas mais importantes, visto que a alimentação e energia são extremamente necessárias em eventos de grande porte como esse; toque em minha garrafa, torne ainda mais sagrado o líquido cor de vinho, Sangue de Seu Filho, fazendo com que este role goela minha adentro, girando o mundo devagar, brilhando o mundo devagar, eternizando o escuro da noite.
Pois que estejamos então certos que os desejos serão realizados assim que Sua vontade sentir a responsabilidade tal que me põe a sorrir e querer acordar no dia seguinte pronto para mais uma maratona de glórias nas vidas alheias, em todos os seus filhos, regentes maiores dessa querida sociedade onde eu, escravo eterno e servente de Sua obra, vou pregando e martelando o bem e o amor...
Tá... deixa a micareta ser boa que fica tudo certo.
Amém.
P.V. 10:23 24/01/10

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