sábado, 20 de fevereiro de 2010

Retalhos de cetim do meu carnaval - I

Serão palavras, pois, o que estará sendo escrito agora aqui nesse momento quando tudo ainda se faz bem fresco e arejado na minha mente, enquanto tudo ainda se faz meu e de mais ninguém. Mas não durará muito até que o conhecimento alheio tome conta do que antes era só de propriedade de minha pessoa. Pois o saudável tem saúde e deve ser espalhado...
Foi um homem, talvez de Deus, talvez do Diabo, que inventou a maior das festas da carne. Carnaval já lhe chamam para que não possamos esquecer do que se tratam esses quatro dias intensos que o ano nos reserva, geralmente no mês de fevereiro, o mais curto e lembrado. Pois afirmo mais uma vez, que talvez do céu, talvez do inferno, justamente pela antítese de idéias que se misturam durante as celebrações da libido onde passam andando ou correndo, meninas com roupas tão impecáveis que poderia, eu, olhar durante toda uma eternidade a procurar qualquer tipo de defeito e não obtiveria sucesso em tal empreitada, mas também saberão que é somente uma desculpa para que possa olhar cada vez mais com esses olhos de desejo que o dono do Céu ou do Inferno me deram. E também há a felicidade que é de Deus, há a putaria que é do Diabo; há o amor de verão que é de Deus, há o sexo do carnaval que é do Diabo; há as anjinhas que passam por mim que são de Deus, há as capetinhas que passam por mim que são do Diabo... Eles que briguem, que eu continuo por aqui admirando.
Pois então, uma vez que já foram alertados todos os senhores leitores a respeito dos caminhos diferentes que podemos ser levados enquanto fantasiosos egos falam em nossos ombros nos indicando os rumos a tomar, vamos logo adentrar no ínterim que mais interessa ao senhor da crônica que está sendo escrita.
Há, lá pelos lados inconfundíveis do vilarejo de Campo Grande, uma antiga festa do sentimento, onde os idosos são exaltados em sua mais plena forma, por serem quem são, por terem feito tudo que já fizeram, por um agradecimento mútuo, tanto deles para conosco, quanto de nós para com eles. A ala de geriatria de um hospital é das mais belas coisas que a falta de saúde pode proporcionar a um homem em formação, ou além dela. Pois deixo de lado todas essas informações despretensiosas e jogadas ao vento para alimentar a fome de quem sente vontade de comer palavras e parto logo para os interesses reais do que não se pode ficar calado e grita sem que as vozes saiam da boca.
Todos os senhores de idade que lá estão, somente lá estão com um intuito. Não queria explanar sobre esse fato justamente em rede mundial, mas sinto-me obrigado por mim mesmo a divulgar as verdades que acomentem a sociedade em geral e aqueles que me cercam também estão incluídos nesse grupo. Pois ficam lá, todos os velhinhos safados aguardando que o bloco comece a andar pois o público, fiel e devoto de todos os idosos sempre querendo vê-los participando do coreto, joga para o alto comprimidos azuis, pílulas do sexo, Maradonas do Amor, fazendo com que os idosos deixem de lado suas respectivas bengalas, e pulem desvairados em busca dos tão queridos remédios salvadores da velhice, as próteses dentárias rolando pelo chão, a briga sadia pelo azul mais forte com o senhor do lado, intensos como aquela primeira corrida maior do espermatozóides a fecundar o óvulo são os velhos safados do bloco da Geriatria a catar do chão tantos comprimidos quanto suas mãos trêmulas possam carregar. E o bloco vai andando...

2 comentários:

KM disse...

CARNAVAL É A FESTA DO DIABO MSM. POIS TEM MAIS PUTARIA, SEXO E CAPETINHAS DO QUE FELICIDADE, AMOR E ANJINHAS!!!
KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK

Leilinha disse...

kkkkkkkkkkkkkkkkkk...
Ahh tadinho dos velhinhOs, eles só querem se divertir!!
kkkkkkkkkkkkkk