E veria se tivesse olhos maiores, quem sabe olhos mais bem abertos para o amor que me cerca nesses últimos espasmos de vida restantes. Saberia então, que as rosas, de fato, não falam. Malditas e lindas, somente exalam um provável odor que de ti escorre.
Mas também já não me ponho em punhos cerrados a discutir com tais espécies da flora buscando, quem sabe, um auxílio para a dor pungente que me dilacera o peito assim que tive a noção exata do que é ser deixado de lado.
Fui lá com minha imortal esperança agarrada aos fundo daquela caixa só pra conferir a veracidade de uma certeza do pranto que ainda molha com tanta força meus olhos. Não é pelo fim do verão, não é por você, não é por mim, é por tudo, talvez sejam pelas rosas, talvez seja porque ainda não tinha falado nas rosas.
Voltei ao jardim pois precisava desabafar tudo o que apertava meu peito, tudo que fazia de mim um eterno escravo da dor que é uma paixão sem retorno, desse luxo ou desse lixo que chama de sentimento a enterrar fundo no meu peito a raiz que nunca há de sair, e fui ao jardim pra isso. Mas que bobagem, pôr-me a queixar-me com as rosas, essas que não falam e apenas exalam um perfume que roubaram de ti. Já não há saída ao deixar que entre todo aquele odor maravilhoso em mim relembrando todas as nossas noites mentirosas, todas as nossas noites intensas e perfeitas abençoadas pelo brilho da Lua, mãe maior do sentimento meu e teu.
E sangram lágrimas grandes dos meus olhos mas, talvez, ao contrário do que canta o poeta, não te aconselharias a vir ver-me. Mas sonharia de uma forma delicada os meus sonhos, adentrando em tudo que te pertence, vivendo do mesmo jeito que eu o teu próprio sorriso, querendo as vontades que me fazem teu, o negro poeta que sempre foi pertencente da mais bela dama desse morro, ou quem sabe que seja de onde for, quem sabe se existes ou não, mas só por fazer cantar meu coração já se faz a mais querida.
Volto ao jardim mais uma vez, não me boto mais medo de lá voltar enquanto nesse momento já me indagam as próprias flores, aquelas que antes não falavam, aquelas mudas de planta que eram isentas de voz. Quero mais nenhum tipo de prosa com essas rosas deitadas no mar de falsidade a somente querer meu mal trazendo de volta aquele perfume esquecido de quem um dia já se fez dona do meu sentimento.
Se ela não quer voltar para mim não lamentarei o resto de meus dias perpetuando, numa canção, o nome de um amor que a vida me trouxe somente para que a tristeza tomasse conta de meu corpo. Parei por aqui com a cantoria de uma falsa alegria. Sei do meu sentimento sincero, sei da minha saudade, sei das dores mais uma vez e rejeito os nomes dos sentimentos somente por já tê-los sentido dentro de mim.
Mas que bobagem, as rosas estão falando e eu as escuto muito bem com seu perfume que inebria a minha vontade de querer ser dono da saudade, com essa minha falsa vontade de querer ser dono do meu destino e caio...!
As lágrimas rolam mais uma vez dos meus olhos e sinto-me aturdido pelo sentimento guerreiro e mais forte que eu, dentro de seus olhos fazendo-me cair de joelhos frente a tanta beleza que lhe é característica.
Vem passear comigo pelo jardim, venha ouvir o cantar triste das rosas, venha curtir do teu perfume que é o que mais se sente nesse lugar, venha sonhar dos meus sonhos e pôr fim em tudo que se fez triste.
P.V. 20:05 06/02/10
segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário