segunda-feira, 10 de maio de 2010

O prematuro duelo de titãs

Foram homens ou deuses os que me criaram, se me jogaram por aqui, se eu caí dos céus, quem sabe do colo de Deus, talvez eu tenha sido enxotado do inferno, pelo pé do próprio Capeta, a diferença realmente é pouca. Fato concreto é que cá estou e nada mais importante pode haver, nem explicações, nem causas, nem conseqüências.
Um reinado que se diz de bom nível deixa sua população satisfeita, administra bem seus prováveis problemas, dita regras que serão seguidas por quem está abaixo, e não se sentem mal por estarem abaixo, apenas reconhecem que a vida separou os bons dos pouco bons. O mundo ainda é feito de diferenças. Um reinado desse tipo precisa de um rei.
Pois gritam aí então essas crianças mimadas, problemas tão pequenos que perderiam-se nas minhas mãos, mas não faço questão alguma de resolvê-los, não perderei meu tempo valioso dando trela ao que não interessa, talvez eu esteja muito velho pra isso.
É uma escrita que se repete.
O passado não mostra mais porra nenhuma, mas não por se fazer inútil, e sim pela minha opção de não mais olhar pelo retrovisor pra explicar os fatos.
A rendição é para os fracos.
E o mundo me pede que lute, que enfrente o mal, talvez os homens e os deuses que me criaram.
Tem gente que entende de certas coisas e, em algumas ocasiões, somente palavras já bastam pra que se faça entender uma intenção qualquer. Pessoas assim não servem pra mim.
Falam por aí que o presidente é exigente, que o presidente jamais poderá ser compreendido. Mas é estranho... mentem por aí também, então, dizendo que o presidente é tudo o que poderiam querer um dia...
O que é meu já nasceu.
O que é meu já é meu. E não divido.
Diga-se como um duelo de titãs, pessoas estranhas e difíceis, malditos gênios fortes e imperfeitos cheios de perfeições, palavras mal colocadas e bem ajustadas, desculpas bem formuladas e sinceras, amor, amor, amor, o que não se entende, o que eu também ainda não sei, a contagem regressiva talvez não seja provável.
Mas ainda é tudo muito pequeno, tudo muito precoce, como um filho cuspido pra fora da barriga da mãe, como fosse um filho lá dentro do útero amadurecendo, criando forma, força, beleza e a mãe ansiosa, louca, apaixonada, tanto quanto o pai, pede ao médico que o tire logo de lá que já não agüenta de vontade de tê-lo nos braços... talvez fosse medo. Até mesmo com todos esses seqüestros de bebês por aí, em hospitais, em ruas escuras, quem sabe.
E veio à vida um bebê prematuro. Lindo, sincero, prematuro. Certas coisas que o bebê deveria viver dentro da barriga, ele está vivendo aqui fora. E é tão frio pra ele ainda. E é tudo tão estranho pra ele ainda. Mas ele sente amor. Ele sabe que é de verdade. Ele sabe que vai dar tudo certo. Ele ouve vozes altas, ele não entende, ele vê caras feias, ele não entende, ele sabe que vai dar tudo certo. Ele vê muito mais sorrisos, ele vê muito mais felicidade, ele vê alguma coisa que não entende também. Deve ser saudade...
P.V. 10:33 10/05/10



PS. Ele acredita. E eu também.

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