domingo, 9 de maio de 2010

O que eu também não sei

Talvez eu não devesse ter saído do meu sertão.
Pequenos detalhes fazem grandes diferenças e isso não é mais novidade para ninguém, inteligentes ou ignorantes. Não sabem pouco e por não saberem o pouco mostram-se sabedores de algum muito. Pois bem, se tinha violas a tocar no meu sertão, algumas delas dadas por meu pai, o sertão dos meus amores, quando me ponho a tocar, emudecem-se os cantores para me ouvir cantar.
Mas seria conversa para outros copos, talvez de água devido a doença que caiu sobre mim nos últimos dias e eu, eterno teimoso, não me mostro em pleno gozo de saúde pois não visitei um senhor com jaleco branco e diploma pendurado na parede.
Minhas intenções são claras, não vejo motivo algum para alarde nem mesmo para altas vozes no meio da rua, o que está acontecendo não é o que realmente se vê, o amor que transborda não começou a transbordar agora, mas desde que transborde, cai no chão e se perde. Talvez no chão da rua da voz alta...
Disse o sábio que a pessoa há de ser como se enxerga e há de enxergar como é. Na verdade não foi sábio nenhum que disse isso, até mesmo porque sábios não perderiam tempo com coisas tão banais. E enxergar, tanto quanto ver, é tão banal...
Deus me ensina sempre, me mostra os caminhos certos, me indica os locais onde devo botar o pé e não cair, ensina as palavras corretas a serem ditas no momentos únicos e nada disso eu aprendo. Erro sempre, caio na mesma armadilha de antes, me perco, me acho, perco outras pessoas, acho mais um tanto delas...
Ela me pede total sinceridade e atendo seu desejo. Não sei mais o que fazer, não lembro mais como mentir, não quero mentir, não quero fingir.
Fiz tudo tão errado antigamente, burlei regras básicas de amor achando que ia dar tudo certo no final, falsos brilhos nos olhos que derrubavam lágrimas de quem me olhava, bobos sorrisos sem motivo e sem verdade, beijos eternos que de eternos nada tinham. Não quero nada disso de novo, tenho meu sentimento todo dedicado a ela, não me vejo mais andando com outra pessoa, não me vejo andando sozinho, não imagino um futuro sem que eu possa dizer todos os dias que amo Karoline Durique.
Mas ela grita, ela se estressa, enche os olhos de raiva e se diz triste comigo.
Preferiria uma faca, talvez no peito, talvez no pescoço, preferiria uma arma, um só tiro no coração, quem sabe na cabeça.
O resto do mundo é platéia de nosso drama.
Se houvesse, pois eu tenho quase certeza que não há, um outro homem que ame tanto uma outra mulher do jeito que eu amo Durique, eu faria questão de apertar-lhe a mão e lhe dizer que sim, ele era um grande homem.
Mas tudo bem, o mundo que é platéia também pode interagir, o público é amigo e não irá nos decepcionar, uma vez que a vida a dois não se realiza com somente dois.
Temos tantas histórias pra escrever ainda, meu amor...
Mas parece que nem tudo são flores.

P.V. 10:00 09/05/10

Um comentário:

Karoline disse...

eu li em , rs
teamo