sexta-feira, 2 de abril de 2010

Escolhas pederastas

Vem sem chegar, e só se mostra porque assim tem que ser com esse rosto tão perfeito que me ilude o pensamento e faz bater um coração morto, talvez algo até mesmo em podridão por si só, pelo tempo que não bate, por tanto que já apanhou.
A métrica bem colocada de uma saudade
é o que existe de mais cruel nas pessoas e isso, somente isso, é o que mais me interessa nessas manhãs de feriado quando o nada se apodera e aquela última despedida não foi possível.
Sabe lá qual o motivo de ter saído de perto de quem se quer para estar com outra pessoa, estranha, distante, e depois aborrecer-se pelo arrependimento por mais que o futuro não prometesse nada mais do que simples cumprimentos, normais, de pessoas normais.
Ao meu desejo já não crio nenhum tipo de expectativa porque a vida é tão lenta que faz de mim um mero mortal perto da beleza que cai do seu rosto em todas as oportunidades que temos de nos esbarrar.
E seu sorriso também já não me atrai tanto quanto o que mais desejo, não quero seus olhos, não sinto falta de seu corpo, seu perfume que já saiu de minha memória e agora se faz distante sem vontade nenhuma de voltar para o meu conforto.
São só sonhos de um jovem entrando na vida adulta e de resposanbilidades, sonhos infantis com a garota estranha que passa por lá, a garota estranha que lhe faz uma visita no seu aniversário para cumprir protocolos de fiel amizade, a garota que não sabe, mas também nem precisaria saber de nada.
Só alguns minutos de conversa, nada mais do que isso e já me surpreendo com sua própria surpresa, nada do que aconteça lhe faz mudar o semblante, nada lhe instiga, nada de mim lhe apetece mais do que outros, nada que eu faça poderá mudar o que já é, e isso não me cansa, não me faz desistir, isso é muito pouco ainda para mim.
Se minhas intenções fossem realmente mais sérias do que eu penso, tanto quanto eu demonstro, a tristeza não estaria estampada em algumas de minhas piores palavras.
E dizem aos meus ouvidos, idiotas burladores da falácia humana, que a vida é feita de escolhas. Ahh... se ela pudesse atender todas as minhas escolhas. Seria eu o homem mais feliz do mundo de poder matar essa minha vontade de deitar uma noite, quem sabe duas, ao seu lado, quem sabe não ao seu lado, talvez em cima, talvez embaixo, a posição já não me importa mais, uma vez que o contato há de ser feito no momento do amor. Não... esqueçamos o amor. Deixemos o amor de lado agora. No momento da paixão, ardente e quente que há de tomar conta de nossos corpos quando em mim ela estiver, quando nela eu estiver sem vontade de sair...
Escolhas pederastas...
Mas ainda continuam me dizendo que tudo que se quer há de ser alcançado, em esperando tudo se dá. Pois admito que não tenho tempo suficiente para aguardar tanto assim e prefiro ir logo de encontro ao que me foi reservado ou ao que foge de mim, e por fugir de mim, causa ainda mais vontade.
E se for necessário rasgar roupas, rasgarei...
Pobre de espírito e cheio de vitalidade é o homem que almeja a melhor mulher que se pode enxergar e consegue êxito em sua empreitada de paixão, aquele que se lambuza do mel que escorre dela, aquele que acorda no dia seguinte ao lado de quem lhe faz bem e o sorriso estampa ambos os rostos, não com o sentimento do coração que pulsa sem vontade, mas com a satisfação da noite bem vivida ao invés de bem dormida.
Nem um pouco da crônica escrita pode ser destinada a qualquer uma das mulheres que desejarem me ler a não ser Blenda Penedo, mulher estranha, sem modos nem educação, de beleza exótica e sorriso fácil, impassível e difícil, eternamente distante de tudo que há em mim dedicado a ela; Blenda Penedo, da cor que lhe é peculiar, nada de mais há em se negar, uma vez que somente o espelho pode lhe dizer da sinceridade de uma perfeição; Blenda Penedo que já me tira as palavras, Blenda Penedo que já me instiga a inspiração em momentos tão anormais que me sinto um prisioneiro, não do amor, mas sim das palavras dedicadas ao seu sorriso, aquele que já não queria, de seus olhos que brilham, os mesmos que rejeitei há pouco, de seu corpo, ainda desconhecido por mim, infelizmente desconhecido por mim, seu perfume que nem sei se existe, porém se faz desnecessário, uma vez que Deus tenha sido humilde em não fazê-la por completo em uma perfeição única a ser somente invejada enquanto mulher aqui nesse nosso mundo...
E se os puritanos continuarem a dizer que a vida é feita de escolhas posso começar a acreditar e, quem sabe, eu abra meu coração pra que ela saiba tudo que quero...
P.V. 09:53 02/04/10

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