segunda-feira, 19 de abril de 2010

Resposta à visita

Não foi apenas o que se pode esperar de duas pessoas, dois personagens perdidos num mar de pessoas e luzes, mesmo que na escuridão da noite com a Lua, intensa, pendurada no alto desse céu que nem sequer pôde ser encarado pelo que mais me chama a atenção perto de mim.
Seus olhos me olharam num momento em que nada mais podia ser fazer maior, e eu, apaixonado eterno pelo que sua felicidade representa, não pude deixar que a vista fugisse ou sequer pudesse encarar coisa diferente.
Uma despedida é das piores coisas que um homem pode viver e justamente por isso, o que não se faz deve ser escolhido no instante certo que antecede a união dos lábios.
Era o silêncio em torno de nós que gritava sobre o que ia acontecendo, uma vez que de olhos fechados não se enxergava coisa alguma a não ser somente o sentimento de eternidade que um beijo seu pode me proporcionar, todo o mundo calado, talvez observando o que nossos lábios faziam, a dança e o ritmo que ainda me provam a perfeição de uma coisa qualquer perdida no espaço de tempo de um amor. Sei que posso fechar os olhos mais uma vez e sentir como é ter uma linda mulher em meus braços, como se fosse o resto de todo o mundo batendo palmas para um sonho que se faz verdade, como fosse a felicidade de ter quem se quer lhe chamando no portão numa noite que não prometia nada mais do que balas... os doces substituíram a pólvora.
Ainda há tempo para crer no amor.
Deve haver aí no mundo algumas doenças bem sérias e sem cura, da mesma forma que há também outras pessoas tentando achar a solução para o tal mal.
Mas dos apaixonados e suas respectivas mazelas, homem nenhum no mundo com o auxílio da ciência conseguirá encontrar a cura, pois não querem se curar, pois não há como desvendar seus segredos, pois são os enfermos mais felizes, pois é a melhor doença que já existiu.
E me vejo tão doente quando me encaro no espelho pra tentar esboçar um sorriso mais saudável, me vejo tão bem nos olhos de Durique que ainda sim não quero saber de quaisquer remédios que me tentam fazer tomar à força. Mas o pouco ainda não me satisfez.
Falei ao mundo e aos sete ou oito cantos que estão por aí espalhados, abordei cada parte de um sentimento que poderia nascer, gritei, disse quase tudo que tinha dentro de mim e ainda assim não puderam me entender, falei das coisas que sinto quando sua imagem me vem à mente, me despi de toda a falsidade que sempre foi característica principal das conquistas, me livrei de todo mal e assumi a responsabilidade das palavras, ainda assim não puderam me entender; tentei, então de outra forma, fiz mímica, levantei as mãos ao alto, fiz o coraçãozinho, de nada adiantou...
Estou completamente apaixonado e ninguém sabe das coisas que eu encararia pra fazer essa mulher, a mais feliz de todas. Sinto esse não egoísmo tão grande dentro de mim que esqueço minha alegria por um sorriso que nasça no rosto dela, largo minhas futilidades pelo prazer de Durique, deixo correr pelas minhas mãos toda a vida que já vivi, deixo tudo do lado de lá, sem esquecer dos amigos que cativei, pra encarar plenamente o que é Durique, o que se faz Durique, o sentimento meu que é dela agora, que já é dela há tanto tempo e por esses últimos dias foi transbordando de forma excessiva...
A vida me sorri nos lábios da minha inspiração.
P.V. 16/04/10 14:08

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