domingo, 11 de abril de 2010

Rock das aranhas

Quero fazer uma homenagem ao não contato das coisas, assim como disse o príncipe das trevas, aquele tão formal e íntimo da minha pessoa, quero elevar, ao maior patamar, as palavras que ouço e perpetuo dentro das minhas letras mal escritas nessas manhãs intermináveis onde o sono foge de mim depois de um ou dois copos de café forte, tão forte quanto a intenção de se criar uma verdade que não existe.
Pois o não contato das coisas é, para mim, a mais pura verdade que já pôde caminhar sobre a face da Terra, se é que sentimentos tão abstratos tem essa capacidade de se locomover. Pois se o contato não se dá, muito menos a verdade. Enxerga-se um bom paralelo, uma boa metáfora, qualquer coisa que a gramática normativa explique, qualquer tipo de palavra que a maioria das pessoas possa não entender como um eufemismo, como uma falsa antítese, como qualquer uma dessas coisas que também não existem...
A gente vai procurando algumas coisas para se seguir, um rumo para tomar como certo, não por saber que se vive uma vida errada, mas só para mudar um pouco o foco do que ia acontecendo, e de repente, de tanto procurar, como diz o ditado, a gente encontra. É tão banal achar tão rápido que toda a graça se esvai como água podre num ralo do chão... pior ainda é chegar à conclusão justa e clara que é perfeição que adentra nesse ralo sujo, pronta para se poluir grandemente depois que sai de mim.
E ainda há quem diga que minhas palavras são de convencimento e presunção. Mas são desses cegos que não enxergam um palmo a frente dos olhos e encaram a superficialidade de um parágrafo sem analisar friamente seu conteúdo, são desses que me concluem ao me enxergar numa foto de álbum num perfil de internet antes de conhecerem tudo que ainda tenho guardado para oferecer a quem possa merecer. A imagem que me representa não mostra a essência do que eu penso.
Tanto quanto o não contato das coisas, tanto quanto a formação da sociedade por Deus, uma homenagem ao que foi criado e essa forma estranha que nós, humanos, inventamos de inverter a ordem lógica do que existe, talvez só para confrontar, talvez como adolescentes eternos a discordar de tudo. Como fosse aquela árvore da ciência e do mal que possui os frutos mais gostosos que essa cobra maldita e amiga oferece a mim, ingênuo, e a você, boba, para comermos com toda a fome...
É plug com plug, tomada com tomada. Tudo errado e ninguém enxerga esse tipo de coisa.
Só uma homenagem ao não contato das coisas. E mais nada. Tende ao lado do meu corpo, ainda, essa mensagem de sentimento que me foi chegada ainda nessa manhã em forma de pensamento, talvez aos meus olhos, talvez ao meu coração, e ouço, calado, cada uma das palavras que me são gritadas e entendo, insano que sou, a expor também a minha colaboração ao mundo desde que foi decidido, não por mim, que o não contato das coisas deveria ser o melhor modo de não sofrer, o não contato das coisas e essa distância toda entre o que deveria estar junto é a ferramenta mais fácil de se usar desde que abrimos nossa caixa de Pandora ou qualquer outra porra que preferirem...
Vou aqui com meu copo de café mais uma vez só pra afastar o sono, como se fosse mais uma forma de não contato entre mim e os sonhos que insistem em me fazer feliz...
P.V. 09:08 11/04/10

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