Minha avó já dizia, e eu nem dava atenção a ela, que quem não tem colírio tem que usar óculos escuros, que quem não tem filé tem que comer pão e osso duro, quem não tem papel dá o recado pelo muro, quem não tem presente se conforma com o futuro. Tolo que eu sou, sempre nas minhas graças excessivas, deixei passar o ensinamento de quem mais sabe pela própria experiência da vida e tudo mais que se pode conseguir com o tempo maior de estadia por aqui.
Mas eu nem me incomodo pois, na verdade, a única certeza dessa vida é da onda que vem batendo cada vez mais forte nos últimos tempos para mostrar que está viva ainda, antes que algum desalmado, ou melhor, uma desalmada venha e faça acabar com tudo, talvez jogando areia em cima da água, talvez empurrando pra longe a Lua, mãe das marés.
O mundo está gritando tortas conversas, mentiras exageradas, mexendo em demasia com a ira de um presidente e agora sim, tudo está no seu lugar. Devido lugar que de onde jamais deveria ter saído, não fossem essas férias super longas onde fui o mais forte entre os fortes, onde sempre que me chamavam e eu já estava lá pronto para aceitar o convite, mas hoje? Hoje não, hoje eu me remeto ao tempo em que sentia baterem de leve nas minhas pernas as ondas e podia enxergar ao longe um horizonte que me botava medo, podia ver que o mundo era tão grande e eu tão pequeno para lidar com ele que me reduzia a minha pequenez deixando que a vida agisse enquanto eu me escondia, naqueles tempos em que eu me deixava de lado para com responsabilidades, para com diversões exageradas que pudessem me prejudicar, naqueles tempos em que eu pulava desafios, passava missões, inventava desculpas..
Eu estava completamente errado, e a onda não. A onda ainda me mostra o rumo a seguir pois sei que ela não faz curvas em seu caminho, sei que ela se propõe a um destino e só morre depois que cumpre seu papel de onda ser, depois que ela quebra na praia, talvez batendo nos pés de algum louco tal qual esse que vai escrevendo agora.
As possibilidades foram mostradas, as idéias foram lançadas, as mentes que me cercavam puderam entender o que eu tinha, as palavras foram bem colocadas e nasceram sorrisos naqueles rostos jovens que eu encarava com vontade, tudo se repetiu para me mostrar logo depois que ali deveria ser o meu lugar ao contrário de tudo aquilo que eu venho perseguindo. Aquela onda bateu de leve nas minhas pernas e num primeiro instante eu não pude ver com olhos abertos a verdade escondida de um fato concreto. Mas, outra vez, as mal escritas frases que vazam de meus dedos puderam me mostrar que o certo não se mistura com nada nessa vida e deixe, então, que a vida grite em outros ouvidos diferentes do meu, deixe que as meninas mimadas desse meu tempo sintam algum tipo de vontade tal qual a minha, deixe que a onda bata mais um pouco em mim e vá me descobrindo cada vez mais, deixemos que as balas perdidas voem no espaço sem vontade de cair, enquanto eu fico por aqui, pensativo ou não, saudoso ou não, interessado um pouco mais naquela água salgada que tomou meu corpo na última noite...
E o copo de café continua do meu lado...
P.V 09:29 11/04/10
Mas eu nem me incomodo pois, na verdade, a única certeza dessa vida é da onda que vem batendo cada vez mais forte nos últimos tempos para mostrar que está viva ainda, antes que algum desalmado, ou melhor, uma desalmada venha e faça acabar com tudo, talvez jogando areia em cima da água, talvez empurrando pra longe a Lua, mãe das marés.
O mundo está gritando tortas conversas, mentiras exageradas, mexendo em demasia com a ira de um presidente e agora sim, tudo está no seu lugar. Devido lugar que de onde jamais deveria ter saído, não fossem essas férias super longas onde fui o mais forte entre os fortes, onde sempre que me chamavam e eu já estava lá pronto para aceitar o convite, mas hoje? Hoje não, hoje eu me remeto ao tempo em que sentia baterem de leve nas minhas pernas as ondas e podia enxergar ao longe um horizonte que me botava medo, podia ver que o mundo era tão grande e eu tão pequeno para lidar com ele que me reduzia a minha pequenez deixando que a vida agisse enquanto eu me escondia, naqueles tempos em que eu me deixava de lado para com responsabilidades, para com diversões exageradas que pudessem me prejudicar, naqueles tempos em que eu pulava desafios, passava missões, inventava desculpas..
Eu estava completamente errado, e a onda não. A onda ainda me mostra o rumo a seguir pois sei que ela não faz curvas em seu caminho, sei que ela se propõe a um destino e só morre depois que cumpre seu papel de onda ser, depois que ela quebra na praia, talvez batendo nos pés de algum louco tal qual esse que vai escrevendo agora.
As possibilidades foram mostradas, as idéias foram lançadas, as mentes que me cercavam puderam entender o que eu tinha, as palavras foram bem colocadas e nasceram sorrisos naqueles rostos jovens que eu encarava com vontade, tudo se repetiu para me mostrar logo depois que ali deveria ser o meu lugar ao contrário de tudo aquilo que eu venho perseguindo. Aquela onda bateu de leve nas minhas pernas e num primeiro instante eu não pude ver com olhos abertos a verdade escondida de um fato concreto. Mas, outra vez, as mal escritas frases que vazam de meus dedos puderam me mostrar que o certo não se mistura com nada nessa vida e deixe, então, que a vida grite em outros ouvidos diferentes do meu, deixe que as meninas mimadas desse meu tempo sintam algum tipo de vontade tal qual a minha, deixe que a onda bata mais um pouco em mim e vá me descobrindo cada vez mais, deixemos que as balas perdidas voem no espaço sem vontade de cair, enquanto eu fico por aqui, pensativo ou não, saudoso ou não, interessado um pouco mais naquela água salgada que tomou meu corpo na última noite...
E o copo de café continua do meu lado...
P.V 09:29 11/04/10
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