segunda-feira, 5 de abril de 2010

Se...

Se me perguntassem, os mais céticos, sobre algum tipo de paixão que partisse diretamente do meu coração rumo a alguma das mulheres mais belas que já passaram pelo meu caminho, eu diria que tudo se resume a uma noite, quem sabe no terceiro ou quarto sorriso daquela outra Páscoa sem chocolates.
Se foi num semáforo verde, se haviam conhecidos, se um outro beijo se desenrolou naquele momento, nada mais era tão importante quanto a sua chegada e o andar leve de sua partida enquanto acompanhavam, cada movimento seu, os meus olhos, tão ainda virgens de toda aquela beleza simples que sempre esteve perto mesmo que longe...
Se um dia eu pudesse reviver cada um dos momentos mais importantes da minha vida, talvez eu pedisse para o moço do tempo que me remetesse, de ínicio, ao dia em que foi posta em mim uma blusa de tonalidade branca, naquele evento onde todos, coincidentemente, usavam a blusa tal qual a minha, ou a nossa, e uma mulher, talvez grávida, talvez gorda, cantava em cima de um caminhão com caixas de som por todos os lados. Há, na vida, momentos em que um homem se diz completo, e não havia nada que faltasse em mim naquele instante após a união de nossos lábios.
Se me diz aos ouvidos ou aos olhos que lhe faz bem ler tudo que tenho a dizer, felicito-me comigo mesmo de saber que o meu prazer lhe traz alegria e poderei, enfim, depositar no papel todo o amor, ou melhor, a paixão que em mim reside desde o último feriado onde renasce o filho de Deus, assim como algum tipo de sentimento dentro do meu coração que também há de renascer um dia.
Se o mundo é mundo e se faz redondo, não temos culpa alguma se após a noite vem o dia, uma vez que a intenção justamente é de recomeçar cada vez mais devagar e com pensamentos mais maduros para que, quem sabe, o amor possa tocar de leve nós dois, ou melhor, somente eu...
Se eu busco o sofrimento, concluo-me louco, mas por outro lado, o reflexo no espelho, quando me ponho frente a ele, encara meus olhos e mostra lá no seu vidro impecável, um homem que segue seu rumo, apaixonado por algo inalcançável para os mortais, mas que estará sempre ao meu alcance se o braço for esticado o suficiente, ou o coração dilatado o necessário.
Se fossem dadas as cartas de uma forma diferente, se o mundo aceitasse as pessoas como elas realmente são, se a mentira se colocasse atrás da verdade morta de vergonha por mentirosa ser, se pudéssemos dar uma chance ao que se faz por vontade, se eu saísse de casa em direção à tristeza e desse de cara, de novo, com a felicidade, a culpa seria de Durique que estava em meu caminho. Nada do que se diz tem uma verdadeira base de afirmação nem estruturas que possam sustentar a credibilidade, tanto pelo que já foi feito quanto pelo que se faz, mas o que vem não mudará nada, uma vez que as pessoas são como elas são e aceitar-se-ão como são se assim quiserem.
Mas o desejo de lhe tomar a posse é tão grande que duvido um pouco das minhas próprias afirmações...
Se
Durique me ouvisse e tivesse certeza de tudo que lhe digo, talvez eu não precisasse sofrer tanto nos domingos de Páscoa com chuva...
P.V. 23:31 04/04/10

Um comentário:

Karoline disse...

eu existo !
aisoiaisoaiisa.
Não sei como vc tem essa foto e eu não , mais tdd bem .
O texto como sempre,
ou como todos, maravilhoso .
acho que esse, um dos meus preferidos :)

beeiijo amor