domingo, 25 de abril de 2010

Reflexos de um pecado

Vai aí correndo pelas mãos todas as oportunidades de felicidade, vai correndo pelos dedos, correndo pela boca, já não sei mais por onde arrumar tanto espaço para correria, e eu aqui, malditos pensamentos e alguns sonhos indiscretos que me fazem conjeturar falhas, me fazem entristecer o futuro, me tiram do lado de quem eu gosto, me colocam em outras situações, não tão boas, e sim muito boas, covarde eterno, a falta de coragem do mergulho e continuo na ponta do barco, seco, porém feliz.
Certas coisas não deveriam ser ditas, algumas delas, infelizmente, não deveriam sequer serem vistas pra que não sofresse um coração que não tem essa intenção, mas o futuro, esse cachorro sem casa, fica jogando idéias fétidas no ventilador e tudo cai em cima de mim, como fosse eu, um grande ímã que atrai péssimas coisas e péssimos pensamentos.
Já acho que talvez seja melhor não...
Ultimamente, venho cometendo o mesmo pecado de outros tempos, os feitos têm seu começo e se encerram antes de qualquer coisa...
Minha palavras estão sendo escritas e de repente, como num passe de mágica tudo se esvai, a criatividade me foge, a minha musa cai, algumas das piores verdades me são reveladas e me escondo.
Digo o que não quero dizer, escrevo o que não deveria escrever, morro a qualquer momento com medo de não ter que olhar pra frente mais uma vez, me jogo no chão pois talvez venham balas perdidas de sofrimento de todos os lados.
Essa noite eu tive um sonho ruim e acordei chorando, por isso te liguei...
Será que você ainda pensa em mim; será que você ainda pensa?
Não tenho tantas dúvidas, não tenho muito mais a perguntar nem mesmo tanto assim a responder. Tudo que devia ser dito já foi dito, as perguntas já foram respondidas, o sentimento já nasceu, as pessoas se envolveram, o garçom trouxe uma bela garrafa de vinho gelado e não parece que chegará ao fim tão cedo e mesmo se chegar, sem problemas... cantaremos...
O vinho acabou, mas a taça ainda não quebrou...
Mas é algo bem mais estranho que toda essa simplicidade, é algo que dificulta tudo e me coloca no chão, sentado, deitado, com a cara virada pra baixo sem vontade de olhar pra cima. Algumas noites prometem bem mais do parece, algumas madrugadas mostram verdades que machucam, algumas palavras são tão falsas que me doem de ler...
Ontem à noite eu conheci uma guria, já era tarde, era quase dia, ela apareceu, parecia tão sozinha, e parecia que era minha aquela solidão...
Já acordei, esqueci essa mulher, não faz parte mais da minha vida, minha curta estadia por esse mundo estranho, já não quero mais pensar nisso, não quero nem os planos nem nada, quero só as verdades a partir de agora, chega de fantasia e tristeza, levantei do chão, olhei pro céu... é tudo meu...
Nem o barco naufragado com seus passageiros desesperados poderia ser mais incrível que tudo isso. Nem aquele celular jogado no chão e a disputa sadia por pegá-lo primeiro e tudo que estava guardado dentro dele poderia ser mais incrível que essa história que ainda nem começou a ser escrita.
Deixo estar, pois ainda é a melhor forma de se levar as coisas.
P.V. 11:16 25/04/10

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