sexta-feira, 9 de abril de 2010

Pro dia nascer feliz

É essa dor que eu estou sentindo ou talvez seja o escuro avassalador do meu cômodo depois que a noite já deu as caras e a chuva insiste em permanecer mesmo depois que botei minha vassoura mágica atrás de todas as portas da casa, talvez seja uma alegria maior como o copo de vinho que nasce na minha mão e morre na minha boca sedenta por outras aventuras tais quais aquelas que vivi num dia desses perdido na verdade de um fim de semana.
Quem tem olhos para ver o que acontece do lado de fora imagina bem mais do que algumas palavras trocadas e um beijo chorado, mas se não enxergam, não deveriam nem sequer pensar a respeito de um fato que não lhes diz respeito, porém a forma pública da qual faço parte, e essa minha vontade de mostar ao planeta minha paixão fazem com que opinem severamente sobre tudo o que grito e as críticas, naturalmente, aparecem.
Pra ser da maior sinceridade que poderia haver já estou um pouco cansado de tudo isso, uma vez que nada de concreto realmente vai acontecendo e a mesmice do dia toma conta do meu corpo como uma doença que mastiga aos poucos cada parte de sentimento que nasce, como um casulo que fosse eu, e a mesmice, essa larva maldita que vai me ingerindo de leve até que nada reste, até que eu volte ao meu estado normal, até que a sexta feira seja de novo a vida que levava, até que o sábado seja esquecido mais uma vez. Mas um outro sábado há de nascer...
Já não me atrai mais tanto quanto quando eu via uma ponta de Sol no céu, e agora sinto-me abandonado mais uma vez pelo sentimento por saber que isso é passageiro, por saber que a dor da felicidade pode voltar à tona outra vez, por ter total noção e completo senso de que a poligamia é a minha cova eterna...
Tolo, sou mesmo um grande tolo por deixar que os pesadelos da minha noite tomem conta do que acho e do que penso a respeito de Durique, aquela única que poderia levantar-me do solo e ao mesmo tempo me jogar ao chão sem dó nem piedade. O único fato que me dá consolação é saber de sua boa índole para com os seu admiradores, alguns não tão exagerados como eu, mas que, de uma forma ou de outra, ainda se colocam de joelhos a frente de sua imagem, se não material, no pensamento, e rendem-lhe homenagens mil, como fosse a última mulher na face desse mundo tão inútil quando ela se vai, tão interessante quando ela se chega...
Já vejo o Sol mais uma vez, já sinto seus raios quentes como o abraço perfeito, como os olhos intensos, como o sorriso saudável, como o Sol, como Durique... há espaço para maldade nas minhas palavras e entendam como quiserem.
Já seria papo para um outro bar, porém as vontades das palavras são mais fortes que minha boba razão e enveredo dessa vez pelos mares de pederastia não assumida que, até esse momento, se faziam escondidos nas minhas intenções, mas feliz, ou infelizmente, dão as caras nesse momento de pós-depressão de pesadelos para que o mundo saiba também do diabo que tende em pé no outro lado de meus dois ombros.
Poderia cair num desfiladeiro sem fim nem começo que é o corpo perfeito e bem desenhando de Durique, talvez nas noites de abril, talvez nas manhãs de maio, só para descobrir um pouco mais do que minha grande imaginação já tem total conhecimento, poderia morrer de prazer quando se torna, a libido, dona dos meus melhores sonos, do melhor passatempo que possa existir para os instantes que antecedem meu sono, poderia rir, poderia chorar de saudade, poderia deitar-me cansado ao lado da mais bela mulher que já dividira a cama comigo, se não a mais bela, com certeza a mais completa; poderia viajar mundos desconhecidos, poderia sentir sua carne que ainda se faz ausente, poderia deliciar-me nesse banquete real que são as curvas bem medidas da mulher Durique; poderia deixar de lado a menina com suas feições meigas, poderia esquecer de qualquer aura que um dia minhas palavras tenham escrito para adentrar no mundo devasso de uma sede, de um fogo único que parte dela em direção a mim, queimando toda e qualquer má e boa intenção, deixando só a vontade, permanecendo só o desejo, esse que dura pelo tempo necessário a fazer-lhe pedir por mais; e que seja insaciável, Durique, que não queira jamais parar, que seja o que sempre busquei...
E se antes desejava que a chuva se fosse para dar lugar ao brilho do maior dos astros, agora sinto-me um ser contraditório ao não querer que amanheça o dia, enquanto ainda estamos lá trancados, quem sabe naquela mesma prisão domiciliar mencionada outro dia, quem sabe nessa brincadeira de dedilhar como um videogame... quero a noite eterna ao seu lado, quero que as responsabilidades se explodam, quero que o mundo acorde e que comecemos a dormir...
Só pro dia poder nascer feliz...
P.V. 14:15 09/04/10

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