sexta-feira, 23 de abril de 2010

Um ar livre na praça

Era lá um lugar meio estranho, dito conhecido por todos, no meio da civilização de nosso bairro querido, símbolo do crescimento, tal qual grita algumas dessas nossas literaturas mais modernistas, diria eu como Ilhéus de Gabriela e seu pai Amado. Mas não, estávamos um pouco mais abaixo da Linha do Equador, no Rio, e nem sequer aprendemos ainda a nadar.
Claro que um passeio a dois provoca bem mais do que a aproximação, provoca a intimidade, provoca o certo aumento do sentimento da paixão, do amor, de tudo isso aí que diz respeito ao coração e os pensamentos fofinhos de casais que se encontram numa tarde depois do curso. Pois bem, indagar-me-ão os homens, talvez as mulheres, os céticos e os puritanos, esses que já não se agüentam mais de tanto ler nessa página de internet o nome de tal mulher, linda e minha. Mas não... provo aos senhores que se faz louca em certos momentos de sua vida, o que amedronta muito minhas intenções.
As idéias desse autor que vos fala não são das melhores, é bem verdade, porém mesmo a ausência total delas seria um pouco melhor do que me fez ver, do que me fez sentir a musa inspiradora dos meus melhores dias. Durique no alto de sua insanidade pôs-se a caminhar, solene e altiva, sobre o falso tapete vermelho estendido aos seus pés, de dedos belos e resto duvidoso, rumo ao local de sua preferência, afinal se considera o homem da relação e quem seria eu para retrucar, discordar de uma mulher decidida? Boba...
Era felicidade total o que se via naquele local lindo e belo, cheio de bancos de pedra, o que não me conforta muito, afinal meus glúteos tão bem tratados na infância deveriam estar um tanto quanto amassados nesse momento, talvez pela falta de sensibilidade de nosso prefeito que ainda não tomou vergonha na cara e acolchoou tais assentos nas praças públicas. Pois bem como já foi dito numa outra ocasião, calei-me e ceguei-me para tudo que não era Durique. Assim como o sincero exagero das minhas palavras, também enxergo nisso um certo limite...!
Meu pai sempre me disse que meninos não podem ficar meninos, nem meninas podem ficar com meninas. Desde que me diz esse tipo de coisa nunca quis me interessar por saber o motivo, apenas aceitava seus conselhos. Admito que nesse dia, o fatídico dia da praça, entendi completamente as coisas que meu pai me dizia e as razões pela qual aquelas coisas não poderiam acontecer. Embrulhou-se meu estômago de forma tão absurda que me virei, dei as costas para essa estapafúrdia loucura da sociedade.
E ainda tem a coragem, ainda tem a lucidez de me dizer que não sei escolher filmes. Durique, a exímia escolhedora de praças...
Mas não se vêem mais revoluções como antigamente, não se encara mais as dificuldades como no tempo em que eu era jovem, no meu tempo de militante contra a ditadura, quando eu me jogava às ruas, a cara pintada, lutando pelos meus direitos, hoje em dia um casal apaixonado tenta se envolver numa praça de Bangu e tem que ficar admirando línguas semelhantes se embolando dentro de bocas, temos que assistir moças que gostam de outras moças trocando declarações de amor ao ar livre.
Mas tudo bem, tudo bem. Viva a liberdade de expressão, viva a liberdade sexual. Mas eu só queria saber quem é que vai pagar minhas sessões de terapia...
P.V. 11:07 23/04/10

Um comentário:

Karoline disse...

AAAAAAAAAAAAAAH :@
eu sou sim o homem da relação ;x
ASUBEUBAUHSBEUHBAH,
e tbb sei escolher os lugares ,o
problema é qe vc não deu sorte amor ,haha.
sem maiores delooooooongas ..
ta otimo o texto , mt engraçado por sinal , eu ri bastante, como de custume . rs

s2