quinta-feira, 8 de abril de 2010

Insana Durique

Podia ser um simples sonho, podia ser bem mais que isso, talvez fosse só uma grande vontade que se refletiu nessa mnha imaginação fértil que afloresce cada dia mais com a chegada da paixão que se fazia ausente, mas a verdade exagerada que se pôs em frente aos meus olhos mostrou ao meu querer que tudo é possível quando o amor toma conta de um de nossos mais sinceros sentimentos.
Eles dizem, interessantes pessoas com diplomas na mão, que é só mais um órgão, talvez não só mais um e sim o principal, a jorrar sangue e fazer circular esse tal líquido vermelho que percorre nosso corpo. Mas eu afirmo, sem canudos de formando nem experiência profissional, que sinto bem mais do que sangue nas minhas veias quando a presença de Durique é percebida, não só o sangue me corre nas veias, mas também a emoção única de vê-la por aí solta e leve, linda e perfeita, intensa e humilde em sua falta de senso e loucura bem medida.
Inflam minhas idéias de saber que posso contar todos os dias da minha existência com aquela pessoa especial que pode te escutar em qualquer momento, aquela pessoa que transparece confiança em lhe ouvir sobre seus problemas, sobre suas soluções, sobre suas novidades, a pessoa mais bela que Deus já pôde fazer e não me refiro, nesse ponto, sobre sua beleza externa, e sim no que há por dentro, mesmo que olhos não tenhamos para conseguir enxergar. Sentem o que exala e isso já é suficiente para sabermos de sua índole intocável.
Por vezes, perco-me nas palavras e coloco Durique num patamar tão alto, num pedestal tão incrível que esqueço-me de sua mortalidade comparando sua pessoa com imagens inatingíveis. Sei, pelo pouco que conheço de mundo, que nem mesmo Durique está salva dos perigos que as ruas e suas pessoas podem lhe transmitir e também não a isento de qualquer parcela de culpa em todos os erros que já possa ter cometido durante sua vida. Coisas normais, uma vez que eu já errei, e todo mundo também; com ela não haveria de ser diferente.
Mas me prendo, me agarro, louco, nessa cela, nessa prisão domiciliar chamada Durique, as mãos presas na frente do corpo, a cabeça batendo, frenética, na parede feita de algodão, uma camisa de mangas longas na cor branca e uma luz no teto me dizendo o momento exato de tomar algumas pílulas que me são jogadas por baixo da porta. A insanidade é tamanha que ficam lá no chão, todos esses comprimidos coloridos, uma vez que minhas mãos estão presas, e não poderia ingeri-los, mesmo que quisesse. E me concluem louco.
Tolos! Eu mesmo já tinha chegado a essa conclusão antes mesmo que aquele último sábado chegasse ao fim.
Sei de cor todos os movimentos adotados, todos os instantes que se passaram, cada palavra que foi dita e todas as outras que foram respondidas, já lembrei e relembrei dezenas de vezes dentro da minha cabeça a forma como beija a dona de um antigo circo onde o palhaço apaixonado sou eu, já dedilhei todo o seu corpo no instante que antecede o meu sono nas quatro noites seguintes e não duvido que seja diferente hoje; mesmo assim me recuso a tomar essas pílulas de sanidade que tentam me oferecer.
Minha intenção é morrer dessa causa, se preciso for. Embriago-me com todo esse fervor de sentimento, me deixo levar pelos sinos que tocam em meus ouvidos quando vejo sua imagem ao longe no rosto de cada uma das mulheres que encaro nas ruas, miragens perfeitas que me fazem continuar andando, elevo meu corpo ao alto daquele pedestal pra te admirar mais uma vez, caio, flutuo de novo... E tudo se repete...
Acordo. Mais um sonho e mais uma manhã feliz depois de te ter por outra noite...
P.V. 23:42 07/04/10

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